sexta-feira, 7 de maio de 2010

Uma amiga para a vida toda

Ultimamente, quando comecei a chegar a noite em casa, ela vinha e ficava me esperando na escada olhando para mim, depois de me ver, ela começava a demonstrar sua felicidade correndo pela casa. Naquela noite ela não estava na escada, eu subi normalmente a escada com uma mariposa na mão que encontrára voltando para casa acreditando que Mika estava espiando meu pai comer. Ela estava deitada com a cabeça encostada em uma das pernas da minha mãe com um ar cansado.
Enquanto eu trocava de roupa, minha mãe olhou para mim. Hoje seu pai chegou em casa e viu a Mika envenenada - Disse ela. O chão havia estado cheio de sangue e ela estava se tremendo. Depois de ter dito aquilo, ela chorou em seguida.
Em todos aqueles anos que mikinha viveu conosco, nunca vi minha mãe chorar por ela, mais tarde, ela falára que os olhos do meu pai estavam vermelhos, como se ele estivesse chorado. Ela me disse que mais cedo, ela e meu pai á levaram para o veterinário. Sinceramente ao saber de toda a historia, eu não fiquei triste, fiquei com raiva. O que leva uma pessoa simplesmente dar veneno a uma cadela que só faz mal as moscas voando, tentando abocanhá-las.
Quando eu penso naquela cadelinha toda assustada que vi a 7 anos atrás no meio de uma multidão, eu fico triste. Eu sei que
ela não vai viver pra sempre, mas não quero e não aceito que os últimos dias dela sejam por causa de envenenamento.
A cadelinha que nunca desistiu de viver, mesmo apos ter caído do topo da escada e conseguir melhorar. Ela esteve do meu lado todo esse tempo, me agüentando, foi minha melhor amiga, a melhor amiga que um garoto de 14 anos poderia ter.
Às vezes brinco falando que ela só vive conosco por causa da comida. Nunca vi uma cadela mais gulosa que ela, nunca vi ela fazendo algo extraordinário e heróico para minha pessoa, vi ela apenas roubar minha comida e de toda a casa, eu tenho quase certeza que seu apetite nunca iria acabar, sempre querendo mais e mais. A cadelinha de 70 reais acabou se tornando um membro da família, ela não precisou ser pequena como queríamos, eu amei e ainda a amo muito mais ela por causa do que aconteceu, por que são essas pequenas coisas fazem com que demos valores as pequenas coisas.
Agora sou eu que espero para chegar em casa para ver ela deitada em sua caminha toda noite, vendo ela se recuperar lentamente, ajudando ela a comer e a beber. Acredito que ela conseguirá melhorar e voltar a ser aquela cadelinha que sempre esteve do meu lado.